quarta-feira, 29 de abril de 2009

Cincinato Guimarães Sampaio, Dr.


Nasceu em Mariana, na fazenda das Taboas, no ano de 1896, sendo seus pais o cel. José Ignácio de Carvalho Sampaio e dona Maria Guimarães Sampaio.

Estudou no colégio do caraça, uma das mais importantes e conceituadas casas de ensino do país graduando-se em Medicina em Belo Horizonte, na Escola de Medicina de Minas.

Ainda estudante de medicina, curou muitos doentes acometidos da gripe espanhola, no ano de 1919.

Dr. Sampaio foi casado duas vezes deixando dois filhos: Edla Sampaio Bernardino e José Isler Sampaio. Este, graduado em Engenharia na Escola Federal de Ouro Preto, sempre presente em nossa cidade em visita a sua mãe dona Jacy.

Clinicando inicialmente em São Gotardo e Ponte Nova o Dr. Sampaio fixou-se definitivamente em Raul Soares até falecer em 18 de maio de 1958 em consequência, ao que consta, de sequelas de uma epidemia da época popularmente alcunhada de gripe asiática.

Trabalhou em Raul Soares por mais de trinta anos, com competência e dedicação.

É induvidoso dizer-se que ao seu talento profissional e ilibada conduta social aliou-se um bom coração. Sensibilizava-se com o sofrimento alheio não medindo esforços e sacrifícios para atenuá-lo.

Foi ético convivendo harmonicamente com todos aqueles que mourejavam na área da saúde. A sua palavra amiga e apoio jamais faltou aos novos colegas que aqui chegavam.

Por ocasião de seu falecimento, um importante depoimento sobre a sua atuação em Raul Soares foi publicado na edição nº 1.360 – ano XXVI, do prestigioso hebdomadário “Jornal do Povo”, de Ponte Nova, fundado pelo renomado jornalista Aníbal Lopes e que à época tinha como redator responsável um ilustre filho de Aníbal Lopes – o médico José Lopes.

O poeta Gonçalves da Costa, dileto amigo e admirador de Dr. Sampaio, em linguagem escorreita e fácil, e no seu estilo refinado, discorreu sobre a atuação do médico em Raul Soares, por tantos anos, escrevendo : “durante todo esse tempo – é uma população inteira quem o afirma – trabalhou ele sem esmorecimentos, expôs-se às endemias da região, às intempéries, a todos os sacrifícios, atendendo com a mesma solicitude aos pobrezinhos e aos afortunados, pois nem mesmo destes últimos exigia pagamento. Era quase à força que os clientes conscientizados lhe colocavam na mão os honorários por eles mesmos estipulados. E ele assim procedia por quaisquer interesse político? Teve algum dia qualquer influência na vida política do município? Acreditamos que não. Após tantos anos de trabalho ininterrupto, deixou ele bens materiais – prédios iluminados, jardins floridos, carros de luxo, pastagens estreladas de rezes? Não. Apenas conseguiu, ultimamente, construir uma casinha modesta, cujas obras, por motivos óbvios, se arrastaram durante dois anos. Sempre preferiu “ajuntar tesouros no céu”. Em vez de empilhá-los na terra embora o seu procedimento envolvesse um paradoxo diante da ambição desenfreada, do egoísmo cego, da desumanidade da “aura sacra fames” que pululam nos caminhos de nossa época.”

O falecimento de Dr. Sampaio ocorreu em hospital de Ponte Nova sendo o seu corpo enterrado no cemitério daquela cidade.

Pelo trabalho desenvolvido em prol da saúde de nossa gente tem o nome, com justiça, registrado definitivamente na memória dos raul-soarenses como um de seus grandes benfeitores.

Autoria: José Geraldo Leal

Um comentário:

  1. Sou Edla Sampaio Bernardino filha do Dr. Cincinato e fiquei emocionada e agradecida por esse brilhante artigo.Gostaria de conhecer pessoalmente o autor desse artigo que tocou pessoalmente meu coracao.

    AGRADECO MUITO E FACO CONTINUE COLABORANDO COM TANTOS ARTIGOS BONITOS COMO ESSE.

    AT.

    EDLA SAMPAIO BERNARDINO.

    TEL. 31 3283 1373
    BELO HORIZONTE

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