quarta-feira, 29 de abril de 2009
Césare Augusto Tartaglia
Nasceu em 8 de novembro de 1902, em Ubá (MG). Faleceu em 24 de dezembro de 1989, em Raul Soares (MG).
Foi um dos filhos do casal Ângelo Tartaglia / Laura Sabioni.
A sua infância foi no Rio de Janeiro, no bairro de Olaria.
Já adulto residiu sucessivamente em Juiz de Fora, Visconde do Rio Branco, Rio Casca, fixando-se definitivamente em Raul Soares em 1935, ao comprar uma sorveteria de um amigo.
As suas núpcias aconteceram em Visconde do Rio Branco, em 24 de novembro de 1921, com a jovem Honemorina Lima Tartaglia - a sua Nina -. Dessa feliz união nasceram Maria de Lourdes, Ione, Diomar, Paulo, Ivone e Nice. Em 1958 adotou Maurílio cuja mãe falecera.
Foi um espírito inquieto, sempre às voltas com experiências.
Seu campo de ação sempre foi a mecânica.
Na década de 30 trabalhou na adaptação de carburador para utilização do álcool como combustível para veículos; fabricou colunas de cobre na adaptação de alambiques para destilar álcool anidro; executou encomendas de argolas de bronze para arreios de animais; atendeu encomendas de macaco mecânico fabricando-os com oito toneladas de capacidade a fim de facilitar o carregamento de madeira em caminhões - prancha.
Finalmente, no início da década de 40, estando o mundo engolfado na segunda grande guerra mundial, verificando a falta de enxadas no mercado fixou-se na idéia de fabricar o produto. A realidade é que a Inglaterra, fabricante das melhores enxadas do mercado, estava seriamente envolvida no conflito vivendo uma economia toda voltada para a guerra.
José Raimundo Nogueira de Souza, acreditou no projeto de Césare, e, junto constituíram a firma Tartaglia & Souza, para fabricação de enxadas que denominaram Tarza, sendo a primeira sílaba tirada de Tartaglia e a última sílaba de Souza, portanto tar-za.
Muitas foram as dificuldades, por falta de máquinas e capital, essenciais ao ambicioso empreendimento.
Não dispondo de prensas para estampagem do olho da enxada adquiriam enxadas usadas para delas retirar os alvados e soldá-los à lâmina calçada pelo processo idealizado por Césare.
O mercado acolheu muito bem o produto tornando-se urgente o aumento da produção para um mínimo de 1.000 peças / dia.
Um lamentável acidente anafilático vitimou o sócio José Raimundo Nogueira de Souza, matando-o. Por força da legislação comercial vigente foi cancelada a participação do sócio na empresa e o capital devolvido aos seus herdeiros.
A empresa transformou-se, então, para uma sociedade por quotas de responsabilidade limitada sob a razão social de Industrial São Sebastião Ltda., juntando-se a Césare Augusto Tartaglia: Dr. Armando Sodré, Dr. Gerardo Grossi, José Sinfronio de Castro, Bernardino Aladino Caldas e Chafith Sad.
Em 1949, nova transformação ocorreu no capital da empresa com a admissão de muitos sócios quotistas transferindo-se a empresa para uma ampla área adquirida na então chamada rua da Gameleira, atual bairro Tarza.
O período que se seguiu foi o mais brilhante na vida da empresa e do seu fundador.
Dando vazão à sua vocação industrial, Césare constituiu uma nova empresa com seu filho Paulo Tartaglia, o nosso saudoso amigo Paulinho; a Industrial Tartaglia Ltda., posteriormente denominada Tartaglia S/A - Indústria e Comércio, para a fabricação de eletrodos para solda elétrica.
Fabricou o eletrodo “Ponta de Diamante”, com boa aceitação no mercado. Ressentia, contudo, de equipamento mais moderno para sanar algumas deficiências de fabricação o que não conseguiu, o que o levou a transferir o controle acionário da empresa. Esta, algum tempo após, encerrou as suas atividades.
Nos últimos anos de vida Césare dedicou-se ao artesanato confeccionando com muito esmero peças em bronze e outros metais.
Foi muito metódico e organizado em seu trabalho e em suas ações, não guardando ódios, mágoas ou rancores por eventuais injustiças ou esquecimentos.
Deixou um exemplo de trabalho e perseverança na busca de um ideal.
A sua última e derradeira obra foi o registro escrito que deixou de sua vida que denominou “ A Travessia “.
Autoria: José Geraldo Leal
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Sr. Zé, bem que o senhor podia fazer a biografia do Sr. Juquinha do Cocho ai pra nós.
ResponderExcluirPapai falava que a mãe dele(Juquinha) era tia avó do pai do meu pai.
Fiz uma confusão né? Estou muito empenhada em descobrir nossos parentes de sangue.
Obrigada e me desculpe se estou sendo inconveniente.
Procuro informações sobre a família Tartaglia, também sou dessa família.
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