Foi um homem útil, laborioso e capaz. De vida morigerada e simples quase que monástica. Na sua solidão sem orgulho, na vida rústica que preferiu. No desprezo dedicado às lantejoulas da ostentação e ao brilho da vaidade, a sua existência foi produtiva e benéfica aos seus concidadãos.
Com as dificuldades peculiares àqueles desprovidos de recursos em abundância estudou com muita dedicação e empenho o que valeu-lhe o primeiro lugar em sua turma de engenheiros agrônomos; vitória esta que assegurou-lhe um curso de aperfeiçoamento e estudo nos Estados Unidos, honra com que o distinguiu o governo da época, dando-lhe oportunidade para aprimoramento de seus conhecimentos técnicos e da língua inglesa. Contava que durante os seus estudos teve que exercer a função de guarda noturno para se manter, aproveitando-se da luz dos postes da iluminação pública revisava a matéria escolar e preparava as suas tarefas. Exerceu atividades empresariais nas décadas de 40 e 50. Em Raul soares, com serraria e em Belo Horizonte, venda de madeira para construção e para a indústria de móveis.
O saudoso jornalista Hugo Leão na série de trabalhos sob o título “A eles a nossa gratidão” cognominou o Dr. Manoel Máximo Barbosa, o homem - casulo. Comparando a sua existência com a do bicho da seda que na sombra e no silêncio do casulo modesto tece o fio inconsútil de uma existência útil. Como o bicho da seda não mais trabalhava por necessidade, e nunca o fez por ambição, cumprindo apenas uma fatalidade do seu temperamento tendo nascido com este destino. Seu trabalho, com o daquele pequenino ser, beneficiou mais os outros do que a ele mesmo. Sempre lhe bastou muito pouco para sentir-se bem: o cheiro resinoso da madeira verde, o palpitar de um motor de caminhão nas manhãs de safra, a comodidade familiar de um terno usado e de um chapéu sem idade definida, e a tarde, na hora em que as sombras envolviam o arcabouço da serraria e os toros empilhados o melancólico clamor sobre a vida que passou e a vida que viria. Muitas vezes, neste momento de enlevo, meditação e muita paz interior manifestavam-se os seus pendores artísticos com o som de seu violão plangente.
Apesar de não ser político, por insistência de amigos disputou duas eleições: para prefeito, em 1988, e vereador à câmara municipal de Raul Soares, legislatura de 1966/1970 tendo participado de sessões do legislativo municipal. A sua colaboração nunca foi negada nas oportunidades em que foi procurado pela administração pública para a solução de problemas relacionados à sua área profissional, sem quaisquer ônus para o município. Sua principal realização em Raul Soares, inegavelmente, foi fazer surgir em nossa cidade a vila Barbosa que ensejou a muitos ter a sua casa própria. Um projeto de loteamento moderno, muito bem elaborado, com ruas bem dimensionadas; espaços para praças , jardins e outras áreas de lazer. Não se esquecendo do aspecto ecológico deixando uma reserva florestal de inestimável valia para a qualidade de vida dos moradores da região. A vila Barbosa tem se expandindo agora através da implantação do bairro “novo tempo”, já com água e luz.
Autoria: José Geraldo leal
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