quarta-feira, 29 de abril de 2009

Felisberto Luiz  de Faria


Felisberto, filho de Custódio Luiz de faria e Inácia Amélia de Jesus; irmão de José Nicácio de Faria, João Faria Neto, Oliveiro de Faria e Maria Nicácia de Faria (D.sinhá). Casado com Maria Ramos, não tiveram filhos.

Foi uma das figuras das mais interessantes da nossa Raul Soares. Inteligência aguda e muito senso de humor, sem descer à grosseria ou a vulgaridade.

Folião dos mais entusiasmados e puros. Desligava-se de tudo e de todas as pessoas e compromissos nos três dias de momo, naqueles bons tempos em que somente eram três os dias de folguedos.

A irreverência de Felisberto esteve presente de forma contundente e hilária quando em certa ocasião ao procurar o Juiz de Direito no Fórum foi informado que sua excelência estava na Igreja Matriz reunido com participantes de um curso de formação moral e religiosa.

(O competente e austero juiz, ex-seminarista, era também ministro da eucaristia, com profundos conhecimentos da doutrina cristã).

De outra feita, procurando o virtuoso vigário na casa paroquial foi-lhe informado que o padre estava no colégio onde desempenhava importantes atribuições. Com muita competência, diga-se de passagem. Dirigiu-se, então, ao colégio, e lá realmente se achava o senhor vigário que o atendeu com a melhor das atenções e boa vontade.

Em virtude destas ocorrências Felisberto costumava dizer que Raul Soares era uma cidade diferente das demais. Se se precisasse do juiz de direito o cidadão teria que ir a igreja. E se fosse o padre o procurado, deveria ser procurado no colégio.

Uma ocupação que muito prazer lhe dava era os pequenos negócios. Por intermédio de Felisberto era fácil adquirir-se um bom revólver, um relógio daqueles antigos de parede, tão valorizados, bicicletas, máquinas de costura. Comprava, vendia, trocava, financiava. Como se costuma dizer era “um cortador de negócios”.

Nos seus últimos anos de vida um dos seus pontos preferidos para negociação era a oficina de Geraldo Correa, muito chegado também a este tipo de negócios.

Felisberto tinha muita afeição à política como um entusiasmado correligionário do Dr. Luiz Domingos. Foi professor de presos na cadeia pública, exerceu atividades ligadas à Secretaria da Agricultura e foi fiscal municipal.

Homem de tratamento ameno e cordial não deixou inimigos.

Autoria: José Geraldo Leal

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