Foi um dos mais hábeis e inteligentes mecânicos de Raul soares. Forjado no trabalho do dia-a-dia.
Durante aproximadamente uma década trabalhou no fábrica Tarza. Fazia parte da equipe de manutenção e conservação do equipamento e instalações da empresa.
Com o correr dos anos acumulou muita experiência tornando-se um especialista em ferramentaria. Essa categoria de profissional era de suma importância para a indústria. Houve época até em que a empresa investiu em técnicos europeus, através de um programa de governo federal que estimulava a imigração de mão de obra especializada para suprimento das carências que existiam. Lamentavelmente os técnicos que chegaram a Raul Soares foram pouco eficientes. Provavelmente, a vinda deles para o Brasil teve como meta sair de seus países devastados pela segunda guerra mundial e jamais resolver problemas de indústrias brasileiras.
Mateus, incentivado por Césare Tartaglia, foi a solução cabocla para os problemas existentes. Confeccionava as matrizes para prensas e laminadores com tratamento do aço em outras praças melhor aparelhadas. Uma empresa de itabirito – a Usina Queiroz Jr. - prestou bons serviços à fábrica de Raul soares.
A partir de determinada data Mateus passou a responder diretamente, e quase que exclusivamente, pela boa qualidade do trabalho das prensas que estampavam alvados. Havia muitas cobranças para um alvado perfeito, com o “olho” bem centrado e as “orelhinhas” uniformes. No processo de fabricação a temperatura dos fornos e os atritos no manuseio das peças provocavam desgastes o que exigia um acompanhamento permanente.
Decidindo-se a trabalhar por conta própria Mateus desligou-se de seu emprego.
Com a iniciativa de Césare em montar uma fábrica de eletrodos para solda elétrica Mateus foi muito solicitado para a assistência mecânica a nova indústria, sem quaisquer vínculo empregatício.
A Tartaglia havia comprado algumas prensas da S.A. White Martins, que desativara a fábrica de eletrodos. Máquina estas de boa estrutura, mas necessitando de recuperação em alguns pontos. Mateus as fez com muita eficácia atendendo às necessidades da tartaglia.
Mateus teve uma prole numerosa. Os filhos seguiram a profissão do pai, tornando-se bons mecânicos, e dando continuidade ao seu trabalho como profissionais autônomos.
Mateus foi muito dedicado ao seu ofício sempre buscando a perfeição em seu trabalho e muitas vezes o conseguiu.
Autoria: José Geraldo Leal
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