Foi um dos fundadores e dirigentes da Cooperativa Agropecuária e do Sindicato Rural de Raul Soares. Jamais deixou de dar o seu apoio e ajuda a quem quer seja. Participou de todas as iniciativas e movimentos, objetivando o progresso e desenvolvimento do município de Raul Soares. Esteve sempre presente com contribuições em espécie e material para as obras e festas da Igreja, obras sociais e de caráter esportivo e recreativo.
Na vida pública, foi eleito vereador à Câmara Municipal de Raul Soares (legislatura 1967/1970), sendo eleito presidente da Casa pelos seus pares. No pleito de 1970, lançou-se candidato a prefeito, não logrando êxito. Em nova tentativa, em 15 de novembro de 1988, obteve sucesso, elegendo-se prefeito municipal de Raul Soares para o período de 1989/1992.
Realizou uma grande obra administrativa. Saneou as finanças municipais. Parcelou débitos para com o INSS e o FGTS. Defendeu com empenho os interesses municipais em questões judiciais. Zelou pela arrecadação e justiça fiscal, concedendo isenção de IPTU para os proprietários de um único imóvel, com rendimentos de até um salário mínimo. As suas atribuições administrativas ganharam relevância em conseqüência de sua condição de primeiro prefeito do município pós-Constituição de 1988. Adequou a legislação municipal às exigências constitucionais. Realizou o primeiro concurso público na história político-administrativa do município. Sancionou um novo Estatuto dos Servidores Municipais e, especificamente, do Magistério Municipal. Reestruturou os departamentos de Saúde e da Educação, instalando-os em locais mais adequados. Implementou uma nova estrutura organizacional e Plano de Cargos e Salários.
Transformou a cidade construindo praças e jardins. Erradicou barracas de comércio que existiam no Centro da cidade e, a fim de não prejudicar as pessoas que, apesar da boa fé, agrediam a toda a comunidade ocupando indevidamente áreas públicas - e considerando que isso ocorria por omissão do Poder Público -, negociou com essas pessoas, que foram muito acessíveis aos entendimentos, a transferência de suas atividades comerciais para terreno de propriedade da Rede Ferroviária Federal S.A., na avenida Governador Valadares, após obter a aquiescência da empresa. Em convênio com a Cemig, deu nova iluminação ao Centro da cidade e na rodovia de acesso ao asilo. Atendeu a área rural com eletrificação e criou a Patrulha Agrícola Municipal, com equipamentos doados pela Cia. Vale do Rio Doce, conveniando a sua gestão com a Cooperativa Agropecuária de Raul Soares, reconhecendo a honestidade e a seriedade do trabalho desenvolvido habitualmente por essa nobre entidade.
Construiu e dotou de instalações elétricas muitas escolas e reformou outras tantas, inclusive do Estado, em convênio com a secretaria da Educação. Fez saneamento básico como nenhum outro prefeito fizera. Mais de dez quilômetros de rede de esgoto foram implantadas nos bairros, vilas e distritos de nosso município. Num momento em que temia-se uma séria ameaça de epidemia da cólera, instalou "kits" sanitários em grande quantidade em todo o município e no Morro das Pedras, em conjunto com a valorosa e competente equipe do SAAE, construiu uma estação de tratamento de esgoto, protótipo para vários outros municípios.
Deu apoio às festas populares, tornando o Carnaval de Raul Soares o de maior destaque em nossa região; reativou a Corporação Musical Raulsoarense, propiciando-lhe meios para a compra de novos instrumentos e a contratação de um maestro muito competente e que formou muitos outros músicos recrutados entre os nossos jovens cultores da Divina Arte. As festividades de nossa cidade, principalmente as religiosas, voltaram, então, a ter o mesmo brilhantismo e entusiasmo de outros tempos. Também a Corporação Vermelhense, de Vermelho Novo, passou a existir, abrilhantando as solenidades e festividades religiosas daquele, então, distrito do município de Raul Soares; adquiriu e instalou um novo equipamento de rastreamento de sinal de televisão. Transformou dois pontilhões em vistosas passarelas para veículos, com passarelas para pedestres ao lado. Calçou muitas ruas da sede do município e dos distritos, após a reativação da fábrica de artefatos de cimento.
Negociou com a Rede Ferroviária Federal S.A. a transferência para o município de todos os bens imóveis de propriedade daquela empresa, o que possibilitou sede definitiva para a Casa de Cultura e implantação do CEFAq - Centro de Ensino e Fomento da Aqüicultura, em Vermelho Velho, uma iniciativa ainda não compreendida devidamente e que certa mente ainda produzirá resultados muito positivos, para o município e região.
Obteve do governo do Estado a cessão para o município de valiosa área de terreno e edificações de valor, localizadas na avenida Professora Elza Bacelar, o que possibilitou a existência da Escola Técnica de Informática, mantida pela Assecras, a sede do destacamento da PMMG e investimentos municipais no parque de exposição que, com muita justiça, foi denominado "Parque de Exposição Prefeito Wiron Francisco de Souza Xavier", após o seu falecimento. Promoveu a criação da Apae, em conjunto com a comunidade, e a manteve sempre com verbas suficientes para a consecução dos seus nobres objetivos, a exemplo do que também ocorreu com a Apromai, a Aprove, a Ascove e todas as demais entidades sociais do município, com repasses mensais suficientes para o bom funcionamento. Adquiriu prédio à rua Francisca Rosa, que destinou ao departamento de Saúde, ali instalando gabinete dentário em convênio com o Sesi. Trouxe a Raul Soares o Projeto Urbe, da Fundação Hilton Rocha, ocasião em que recebemos em nossa cidade o grande cientista, fundador e mentor da entidade. Muitos exames e pesquisas realizaram-se, então, beneficiando a população carente. Durante a profícua gestão denominada "Novos Tempos", como realmente o foi, através dos departamentos de Saúde e da Assistência Social assistiu a população carente devidamente, com transporte para tratamento de saúde, remédios, médicos semanalmente em todos os distritos, reforma e construção de casas, doação de lotes.
Preocupado com o desemprego em Raul Soares, expresso em pesquisa de opinião que realizou, confirmando o que sentia nos permanentes contatos com a população, tomou algumas iniciativas para minimizar a questão. Juntamente com alguns familiares, fundou, então, a Cerâmica João de Barro. Reconhecia ser pouco para a extensão do problema. Esperava, porém, que o seu exemplo tivesse seguidores: a Village e a Tarza compreenderam os seus propósitos, também programando expansão. Ainda era pouco. Recorreu ao Indi para a implantação de um parque industrial no município. Pôs terrenos à disposição para a devida avaliação técnica por aquele órgão, ligado ao BDMG e à Fiemg. Lamentavelmente, não teve retorno. Através de um programa da rede Bandeirantes de televisão projetou o município de Raul Soares para todo o Estado, com a ambição de sensibilizar investimentos do empresariado mineiro em nossas terras. Alguns contatos ocorreram,então, sem concretização de projetos. Enviou à Câmara Municipal, que nunca lhe faltou com o seu irrestrito apoio, reconhecendo a sinceridade de seus propósitos e a probidade de seus procedimentos em todos os momentos, e obteve aprovação, o projeto de lei que se converteu na Lei nº 1.354/92, em vigor, outorgando incentivos à implantação e ampliação de atividades empresariais em nosso município. O projeto de expansão da Confecção Gympsi (Fruto da Fruta), na rua José Rosseti, enquadrou-se ao espírito da lei e teve o apoio do município.
Pela sua conduta e liderança na vida pública e empresarial, foi agraciado com inúmeras comendas e condecorações. Por unanimidade, foi escolhido para presidir os destinos da Amapi por dois períodos, gerindo-a com eficiência, responsabilidade e com a probidade características de sua personalidade. Wiron, pelas suas realizações, registrou em cores vivas profundo respeito ao patrimônio público. Trabalhou diuturnamente com muita honestidade, responsabilidade e seriedade em prol do bem-estar dos raulsoarenses, deixando exemplos marcantes para toda a comunidade e, de um modo especial, para os nossos homens públicos.
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