Espuleta ou Espoleta , porém, já não o será; e muitos devem dele se lembrar.
Foi um operário padrão da fábrica de enxadas.
Discreto, eficiente, assíduo ao trabalho, homem de total fidelidade aos seus princípios e idéias, excelente colega e amigo.
Trabalhou na seção de prensas - a primeira operação na fabricação da ferramenta. O serviço de forneamento também não tinha segredos para ele.
Foi um dos mais populares atletas de nossos campos de futebol; de técnica apurada e inexcedível elegância no trato com a bola. Fez parte de um grupo de craques do gabarito de Hugo e Moreno leão, José Braga, com seus carrinhos certos, rápidos e eficazes; o grande goleiro Jaime Rosseti; o endiabrado trio atacante Sô Antônio, Paulo Faria e Mário Alves, temido pelos adversários e tantos e tantos outros ases do futebol que alegravam as tardes esportivas nos domingos de Raul Soares, em um tempo feliz num mundo sem o espectro da violência, dos vícios que mutilam os jovens e doenças que aterrorizam a humanidade.
Espoleta constituiu com Maria Eva uma família com muitos filhos; gente simples, porém operosa, cuja participação social digna mereceu sempre todo o respeito dos raul-soarenses a demonstrar sobejamente que não é somente a abundância de bens materiais a razão maior para o reconhecimento do valor das pessoas na vida de uma comunidade.
Autoria: José Geraldo Leal
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