quarta-feira, 29 de abril de 2009

Humberto dos Santos Leal


Filho de D. Ilka dos Santos Leal (de quem falaremos mais adiante) Humberto teve forte presença nos meios culturais, políticos e sociais de Raul Soares.

A solidez de sua cultura haurida nos bancos do Seminário que freqüentou por alguns anos embasou o seu trabalho como professor no Ginásio São Sebastião. Foi profissional de contabilidade dos mais acatados pela exatidão e zelo nos registros em um tempo em que a escrituração contábil se fazia em livros manuscritos e um grande ‘pecado’ quaisquer rasuras no livro Diário. Tinha orgulho e muita satisfação em mostrar para os iniciantes na ciência de Frei Lucca Pacciolo os livros que escriturava. O seu diploma de contabilidade foi obtido em curso na Escola Técnica de Comércio Vinte de Janeiro, de Raul Soares.

Humberto participou da política municipal. Inicialmente, como militante do Partido Social Democrático – PSD liderado em Minas por Benedito Valadares, defendendo com entusiasmo a candidatura de Cristiano Machado, na eleição de 50 para Presidente da República, que tinha como adversários o Brigadeiro Eduardo Gomes, legendário participante do épico movimento denominando ‘Dezoito do Forte’, candidato da UDN pela segunda vez, e Getulio Vargas, candidato do PTB. Foi eleito Getulio Vargas, até com votos de pessedistas, dando origem a "cristianizar" como sinônimo de traição política.

Humberto foi vereador à Câmara Municipal de Raul Soares na Legislatura 1959/1962 quando participou da ampla coligação que elegeu Carlito, Prefeito e Wilson Damião, Vice - Prefeito. Assumiu a vaga do titular licenciado, Vereador Trazilbo Vieira Sathler, de Vermelho Velho, participando das Comissões de Finanças, Justiça e legislação, Educação e Saúde e Redação.

Mais adiante, aderiu à pregação de Plínio Salgado, o líder integralista, um dos mais cultos políticos brasileiros. Fundou o jornal "Avante’ , com circulação quinzenal em Raul Soares.

A mãe de Humberto - D. Ilka - descendente de austríacos, foi uma das mulheres mais admiráveis que Raul Soares conheceu. Chegou a Raul Soares com o marido, chefe da estação da EFL, procedentes do Estado do Rio. Poucos meses após, o marido faleceu deixando-a com uma família numerosa para sustentar sem nenhuma pensão por não existir ainda a previdência social no Brasil. Foi a luta cuidando das tarefas domésticas e buscando alguma renda na prestação de serviços para famílias mais abastadas. Buscou trabalho para os filhos empregando-os no comércio. Com o seu trabalho de jornadas diárias estafantes criou uma família digna e respeitada.

Autoria: José Geraldo Leal

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